terça-feira, 28 de abril de 2009

Na Realização... de um sonho...

Foi para Londres à procura de uma componente prática para os seus estudos, onde acabou por se formar. Com 25 anos e com dois documentários para o Canal Discovery e vários filmes publicitários, Cristina Miranda viu o seu trabalho a ser expandido a nível internacional ao ser escolhida para realizar o filme para uma música da cantora Dido: Fhisherman o qual foi totalmente rodado na Nazaré e que tem como objectivo relatar o dia-a-dia dos pescadores. Foi um sucesso na crítica e para o público.

Estudou Comunicação Social em Londres na Universidade de Westminster e no final do primeiro semestre Cristina Miranda já tinha decidido pela carreira de Realização. Graças ao intercâmbio que existia entre os dois países, foi para a Austrália, onde encontrou o que precisava para consolidar os conhecimentos até à data alcançados.

Numa área altamente competitiva de hierarquia rígida que Cristina está disposta a enfrentar. Começou no set de Stephen Fears onde lhe ofereceram a possibilidade de durante a manhã ajudar na contabilidade e à tarde podia então estar no set onde observava Stephen Fears a lidar com os actores e com a produção. Foi uma grande inspiração, afirma.

Mais tarde recebeu um desafio: fazer um documentário de três minutos para o Canal Discovery, onde decidiu contar a história de uma stripper burlesa para mostar o que a sua vida teve de extraordinário. O documentário foi um sucesso e abriu-lhe as portas a novos projectos, nomeadamente outro documnetário para o mesmo canal sobre um pintor alemão, filmes publicitários para a marca Johhny Walker e um vídeo para o projecto Safe Trip Home, ligado ao mais recente albúm da cantora britânica Dido.

The Day Before the Day é uma das faixas mais intensas, a qual Cristina associaou intensamente à vida dos pescadores de Nazaré. Acabou por rodar o filme naquela cidade com os seus moradores para transmitir a perda de alguém, o fado e a saudade de uma forma genuína.

Para a realizadora a canção é uma história de mar, de morte, mas de aceitação da morte e da capacidade de viver com a morte. É uma historia de saudade, sendo por isso o primeiro lugar seleccionado para o filme. Este trabalho foi seleccionado o melhor de 11 vídeos filmados com base na musica da cantora que poderá ver em http://www.safetriphome.com/

Para o futuro deseja vir a filmar em Portugal uma longa metragem, porque acredita ser um país com as condições perfeitas: a luz é magnífica, as equipas são fantáticas e as pessoas estão dispostas a fazer coisas boas, apesar de todos os obstáculos, porque o espirito português é andar para a frente, o qual foi fundamental para o meu salto na realização, afirma.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Bela-Arte em Berlim


Com o Desenho sempre presente na sua vida, e ainda a frequentar o curso de Realização Plástica do Espetáculo, no Conservatório Nacional, em Lisboa, Adriana Molder, iniciou esboços com materiais que viriam a ser as suas ferramentas de trabalho: o esquiço e tinta-da-china. Em 2005 foi-lhe atribuído o prémio revelação CELPA/Vieira da Silva. Actualmente reside em Berlim.

A artista Adriana Molder, formada em Realização Plástica do Espetáculo, pelo Conservatório Nacional, com o curso de Desenho na Ar.Co. e o Avançado de Artes plásticas, começou a expor colectivamente em exposições de bolseiros e finalistas da Ar.Co. (1998 e 2002) e posteriormente de forma individual no Museu Berardo em Sintra, a convite de Maria Nobre Franco (2002), na Galeria Presença no Porto (2003) e na Galeria Vera Cortês em Lisboa (2005). No final do ano de 2005 iniciou a colaboração com a Galeria Fruehsorge, Berlim.

Ali teve a oportunidade de trabalhar num ateliê, que é considerado o melhor da cidade, e de viver numa residência onde se encontram artistas das mais variadas nacionalidades, um local vulgarmente visitado por galeristas e directores de instituições. O trabalho que desenvolveu foi focado não só em influências do cinema impressionista alemão e nos contos fantásticos do escritor Ludwig Tieck e outras histórias alemãs do século XVIII, como também pelo ambiente que lhe era proporcionado pela residência, uma vez se tratar do antigo Hospital Bethanien Krankenhaus, facto que não passava desprecebido.

O ambiente mágico do ateliê na Bethanien resultou numa série de 17 desenhos de grande escala: Der Traumdeuter (“desvendador” de sonhos), que falam de uma personagem do século XIX, Leo Stern, que adoece e é levado para a Bethanien Krankenhaus, onde fica hospitalizado. As imagens que este sonha, em delírio febril, são transportadas no tempo e recebidas pela artista como a inspiração para os seus desenhos.